São João europeu

Notícia relacionando época festiva no Nordeste à Europa me instigou a escrever uma calorosa carta à redação.

Não é fogueira de S. João: trata-se de incêndio numa transmissora de TV na Torre Eiffel, em 1956.

Garanhuns se prepara para viver um São João tipicamente europeu. Assim começava reportagem publicada no Diario de Pernambuco, em junho de 1980, cujo título era: FRIO É DESTAQUE EM GARANHUNS.

Não resisti e mandei uma carta à redação, sob pseudônimo, com este teor:

Parabéns pela matéria, Sr. Redator.

Como conhecedor dos cinco continentes posso asseverar que quem chega em Garanhuns nessa época e vê a brancura da Igreja de Santo Antônio tão bem caiada pensa estar em Lausanne num dia de neve.

Canjica, pamonha e pé-de-moleque iguais aos de Garanhuns somente encontrei em Londres, numa cálida noite de junho, nas barraquinhas da Trafalgar Square.

Somente na Tchecoslováquia é possível ouvir forró, xaxado e baião igual ao que se escuta por aqui: haja sanfona, zabumba e triângulo na Bohemia.

Para finalizar, sr. Redator, lembro como se fosse hoje da noite de São João que passei na River Gauche: o que vi de francês acendendo a fogueira, soltando peido-de-velha e queimando a rodinha não está no gibi. Saudações.