STF é a ponta do iceberg
Jornalista insuspeita deixa escapar como Bolsonaro está sendo moído por uma sólida resistência no topo da teia do poder.
“Há mais coisa no ar do que aviões de carreira”. Barão de Itararé.
A conhecida Eliane Catanhêde, do Estadão e Globo News, faz em sua coluna de hoje no jornal uma importante revelação para entendermos o que está acontecendo no Brasil.
Começa ressaltando que a pressão e as investigações sobre Bolsonaro não partem só do STF, mas do TSE, TCU, Congresso, Justiça do Rio etc. Ou seja, há todo um aparato institucional em ação, ao qual se juntariam militares da ativa e da reserva.
Conta que houve tentativa de negociar um “respiro” para Bolsonaro, mas a coisa não colou, pois já seria “tarde demais”. “Não há Centrão — conclui a jornalista — capaz de segurar uma onda que vem de fora e pode chegar de forma incontrolável ao Congresso, como nos casos de Collor e Dilma”.
Catanhêde, que tem bom trânsito entre a direita brasileira, conta que alas governistas e militares “trabalham pela ascensão do vice Hamilton Mourão” — dando a entender que as conversações passam por desativar a bomba que teoricamente cassaria a chapa presidencial no TSE (pois se o processo terminasse em condenação, Mourão também seria cassado).
No fim, a jornalista faz a revelação mais importante desse jogo estratégico: “O Supremo é a parte mais visível” e “integra uma sólida resistência a um presidente que nunca assumiu de fato. Mourão está no radar”.
Que “sólida resistência” é essa de que o STF é apenas “a parte mais visível”? Quem compõe essa “sólida resistência”? Ela não esclarece, nem nomeia, claro.
Mas, para quem tem um mínimo de informação sobre como funciona a engrenagem do sistema, a resposta é uma só, embora possa receber vários nomes: elites, classes dominantes, poder real. A Rede Globo e Sérgio Moro que o digam.