Porcos chovinistas
Proponho resgatar a expressão “porco chovinista” (do francês porc chauviniste). Para os mais jovens: era como as feministas chamavam os machistas nos anos 70. E por que trazê-la à tona de novo? Porque eles, os suínos, estão de volta, em versão revisada, ampliada e piorada. Os porcos chovinistas de hoje, além de machões, são racistas, homofóbicos, violentos: muitos já estão na fila para comprar armas e sair atirando nos suspeitos de sempre (pobres e negros) e nas esposas e ex-namoradas que tentam escapar de uma relação opressiva.
A única diferença entre um porco chovinista e um fascista é que ele é um animal solitário (enquanto os fascistas se organizam e agem em grupo). Ele assiste a muitos filmes de super-heróis e pensa e que, por estar armado, enfrentará com êxito bandos de malfeitores bem apetrechados que atacam de surpresa. Nem lhes passa pela cabeça (cuja principal função é dividir as orelhas) que num tiroteio, a vítima pode ser qualquer um, inclusive ele próprio ou um inocente colhido na linha de fogo.
O porco chovinista é um bicho muito perigoso, especialmente em discussões no trânsito, sobre política, futebol, religião ou por causa do som que ele ouve nas alturas. E, principalmente, quando sua insegurança sexual aflora.