Os rótulos de esquerda e direita
Mídia neoliberal bombardeia Pochmann no IBGE, mas acha natural Campos Neto no BC
A jornalista Milly Lacombe em artigo brilhante põe os pontos nos iis.
Trechos:
Marcio Pochmann, gostem ou não, é escolha técnica e também ideológica.
Técnica porque seu currículo é irrepreensível: doutor em ciências econômicas, professor da Unicamp, ex presidente da Fundação Perseu Abramo, do IPEA e autor de dezenas de livros, entre eles “O Neocolonialismo à Espreita” (recomendo), e vencedor do Jabuti pela obra “A década dos Mitos”, de 2002.
E ideológica porque tudo na vida contém alguma ideologia, e não há nada de errado com isso porque todas são.
A questão deveria ser de que ideologia estamos falando.
No caso de Campos Neto, por exemplo, estamos falando de uma ideologia neoliberal que não se acanha em apoiar o nazifascismo bolsonarista e os interesses do mercado em detrimento dos sociais.
Uma ideologia mais moral do que econômica que trabalha encolhendo o espaço público e alargando o privado.
Uma ideologia hegemônica que acha razoável dizer que crianças vendendo bala na rua tiveram a vida melhorada pela criação do PIX.
No caso de Paulo Guedes, idem: era para ele intolerável que trabalhadoras domésticas estivessem indo passear na Disney mas absolutamente legítimo ministro da economia ter dinheiro em paraíso fiscal.
No caso de Pochmann, a ideologia é de esquerda e social. Inclusiva e atenta aos mais vulneráveis.
Me parece um bom começo para liderar o IBGE que Bolsonaro tentou esvaziar para depois destruir diante do silêncio da turma que hoje acordou abruptamente para bradar sobre a importância do IBGE.
Todos somos mobilizados por alguma ideologia. Políticos, economistas, empresários, donas-de-casa e jornalistas.
A pergunta que deve ser feita é: qual ideologia é a sua? Inclusiva ou excludente? Nazifascista ou democrática? Liberal ou social?
Ficam os questionamentos.
O artigo, na íntegra, está no link: