O fim do tráfico
Se o ministro justiceiro quiser, acaba o comércio de cocaína sem gastar um tostão, nem provocar uma morte.
Meu amigo Zé Alonso de Arruda, que andava sumido, reapareceu com a ideia: como acabar o tráfico de drogas sem disparar um tiro, nem gastar fortunas. Eis sua análise e sugestão:
“A guerra ao tráfico é um fiasco. Há anos que vem matando policiais e traficantes, sem resultado. Devastou o Rio de Janeiro. Lotou os presídios de todo o país, provocando matanças horrendas. Por duas vezes chamaram o Exército e deu em nada. Milhões são gastos com a política de segurança, num desperdício monstruoso.
A guerra ao tráfico só serve para matar jovens recrutados nos morros e encher os bolsos de policiais corruptos. Alimenta uma gigantesca engrenagem de corrupção. Gerou como subproduto as milícias, organizações criminosas tão ou mais nefastas que as quadrilhas de traficantes, hoje ocupando espaços políticos estratégicos nos níveis municipal, estadual e federal.
O ministro Justiceiro Sérgio Moro, com seu perfil autoritário, quer aprofundar essa política beligerante: mais tiros, mais sangues, mais mortes, mais corrupção.
No entanto, há uma solução bem mais simples, ao alcance de suas mãos: porque ele não pede aos playboys, aos executivos hiperdinâmicos, aos filhinhos de papai, aos riquinhos turbinados que parem de cheirar?
O problema seria resolvido definitivamente, pois sem mercado, o mecanismo do tráfico pararia, enferrujaria e se extinguiria.
Vai nessa, Moro. Usa tua popularidade, teu carisma, tua aura de herói. Pede a teus adoradores a aconselharem os filhos a trocarem a cocaína pela Coca-Cola. E ainda por cima agradarias teus patrões americanos.”
Fiz apenas a transcrição.