Nada em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

BLOGUE DE HOMERO FONSECA
2 min readMar 13, 2023

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Filme confuso e infantilóide abocanha quase todos os prêmios importantes do Oscar, num aceno oportunista para a Geração Y ou seja os millenials

Saí da sessão aborrecido, com sentimento de haver perdido meu tempo. Achei Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, produção americana ganhadora da maioria das mais importantes categorias do Oscar, um filme confuso e infantilóide. Mas confesso não ter me dado ao trabalho de aprofundar essa opinião. Tanto que a guardei para mim.

Hoje, leio no Estadão a crítica do considerado Luiz Zanin Orichio, que fez esse trabalho por mim, com muito mais competência do eu poderia ter feito.

Então, vai o veredicto de Zanin:

Imergindo o público na vertigem do metaverso, em estética Tik Tok, em ritmo de videoclipe, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo parece um daqueles filmes-sintomas que surgem em momentos de crise como o nosso e tornam-se um sucesso involuntário.

De maneira confusa, expressam um mal-estar difuso, sem conseguir compreendê-lo. Parece fruto imaturo da confusão de ideias, da rarefação mental. Obra caótica, infantilóide e de desfecho sentimental, talvez sirva como termômetro de uma época caracterizada pelo desejo de escapismo e a mais profunda desagregação cognitiva que se conhece.

Que esta ocorra numa época de rápido desenvolvimento tecnológico, é um paradoxo digno de todo interesse.

se Tudo Em Todo Lugar ao Mesmo Tempo for uma escolha estratégica, apenas um ponto fora da curva para tempos difíceis, tudo bem. Terá sido apenas uma extravagância, sem maiores consequências. Se indicar uma tendência, poderá, quase 130 anos depois, dar razão a Louis Lumière, criador do cinematógrafo, que dizia ser o cinema uma invenção sem futuro.

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Jornalista e escritor. Só sei que nada sei (Sócrates), mas desconfio de muita coisa (Riobaldo Tatarana).

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