Lula, o STF e Bolsonaro
Quando criticou o veto de Alexandre Moraes à posse do diretor da PF indicado por Bolsonaro, Lula foi coerente. É um princípio republicano, a não interferência do Judiciário no Executivo.
Em linguagem simples, Lula explicou porque considera que Alexandre Moraes extrapolou ao vetar a indicação do diretor da PF por Bolsonaro. É um princípio republicano. Ele próprio foi vítima dessa interferência quando Gilmar Mendes barrou sua nomeação para ministro de Dilma Roussef, de olho no processo de impeachment da presidenta.
Reproduzo trechos principais de matéria do Yahoo Notícias, 30 de abril de 2020.
Lula critica decisão do STF que barrou indicação de Ramagem
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que impedia a indicação de Alexandre Ramagem ao cargo de diretor-geral da PF (Polícia Federal), feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Na avaliação do petista, a decisão do ministro só seria justificada se ficasse provado que o indicado de Bolsonaro cometeu algum crime que o impedisse de ocupar o cargo. Lula defendeu, em entrevista ao UOL, que o responsável por indicar é a figura do presidente da República.
“Não pode um único juiz da Suprema Corte tomar atitude de evitar. Não podemos permitir que as instituições ajam politicamente. (…) Que a pessoa prove que o delegado tem um ilícito, aí sim ele está correto (em barrá-lo)”, disse.
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Lula afirmou que “a troca do delegado não pode ser nenhum absurdo”. “O presidente da República tem mais autoridade para indicar o delegado do que o ministro, afinal de contas foi o presidente que foi eleito. O que é importante é tratar a instituição de forma republicana, ou seja, não é um instrumento do presidente da República.”, afirmou, segundo o UOL.
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“Eu não sei qual o crime que o delegado (Ramagem) cometeu. Se ele cometeu algum desvio, obviamente que não poderia mesmo assumir. Mas é preciso que a gente seja preciso, porque um dia você pode ser presidente e você pode querer indicar uma pessoa que você conheça para um cargo e alguém vai dizer que não pode indicar”, afirmou Lula.
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