Eletrobrás: estratégica e lucrativa

BLOGUE DE HOMERO FONSECA
2 min readJun 9, 2021

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Mídia trata privatização da empresa como líquida, certa e justa. E apresenta só um lado da questão. Isso é jornalismo?

A mídia trata a privatização completa da Eletrobrás (empresa de economia mista, controlada pelo governo) como líquida, certa e justa. Sem dar espaço ao contraditório. Só falam vozes favoráveis, como se a medida fosse natural. E ainda mentem garantindo que a conta ficará mais barata (o que nem de longe pode ser garantido). Nessa, como em outras questões envolvendo a visão neoliberal do mundo, a imprensa faz puro proselitismo ideológico, abandonando qualquer veleidade de jornalismo imparcial. Informações do Relatório Anual da empresa de 2022 desmontam a versão única. Repasso os dados:

No próximo dia 11 de junho, a estatal completará 59 anos. Apesar de ser fortemente afetada por planos de desinvestimento desde o golpe de 2016, é lucrativa. Empresa de capital misto, o Governo Federal é o controlador, detendo mais de 70% das ações da companhia. Entre 2018 e 2020, gerou mais de R$ 30 bilhões de lucro e foi expressiva a parcela do lucro líquido destinada aos acionistas, os chamados dividendos: R$ 2,6 bilhões em 2020 e R$ 2,3 bilhões em janeiro de 2021. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido atingiu 8,7% em 2020. Recolheu R$ 4,9 bi em tributos federais, estaduais e municipais em 2020, valor considerável que deveria retornar à população por meio de políticas públicas, não fosse o atual governo responsável pelo desmonte do Estado e pela destruição de programas sociais consagrados.

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Jornalista e escritor. Só sei que nada sei (Sócrates), mas desconfio de muita coisa (Riobaldo Tatarana).

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