Conversa com Leonardo Padura

BLOGUE DE HOMERO FONSECA
2 min readNov 6, 2020

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Imperdível para os amantes da Literatura.

Segunda-feira próxima, 9 de novembro de 2020, um programa imperdível para os amantes da Literatura:

Homero Fonseca conversa ao vivo com o escritor cubano-universal Leonardo Padura.

Horário: 17 horas (Brasil) / 21 horas (Portugal)

Acesse em um dos endereços:

BIENAL: www.facebook.com/BienalPernambuco

THE BOOK COMPANY: www.facebook.com/TheBookCompanyPT/

BOITEMPO: www.facebook.com/search/top?q=BOITEMPO

AMOSTRA GRÁTIS

Já em seu livro de estreia, Leonardo Padura mostrou ao que veio. Os primeiros parágrafos de Passado perfeito flagram o protagonista acordando com uma ressaca monstra.

Um escritor pedestre começaria mais ou menos assim:

Naquela manhã, o detetive Mario Conde acordou de ressaca após uma noitada de bebedeira com os amigos. Blá-blá-blá…

Padura exerce a Literatura. Assim:

Não precisava nem pensar muito para entender que o mais difícil ia ser abrir os olhos. Aceitar nas pupilas a claridade da manhã que resplandecia nos vidros das janelas e pintava o quarto com sua iluminação gloriosa e então saber que o ato essencial de levantar as pálpebras é admitir que dentro do crânio habita uma massa escorregadia, disposta a empreender um balé doloroso ante o menor movimento de seu corpo.

Dormir, talvez sonhar, pensou, recuperando a frase insistente que o havia acompanhado cinco horas antes, quando caíra na cama respirando o aroma profundo e escuro de sua solidão.

Na penumbra remota viu a própria imagem de penitente culpado, ajoelhado diante da privada, descarregando ondas de um vômito ambarino e amargo que parecia interminável. Mas o telefone continuava a tocar como uma rajada de metralhadora perfurando seus ouvidos e triturando seu cérebro, lacerado numa tortura perfeita, cíclica, simplesmente brutal.

Com direito a citar, sutilmente, Shakespeare, no segundo parágrafo (como costumava fazer nosso grande Machado de Assis.

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Jornalista e escritor. Só sei que nada sei (Sócrates), mas desconfio de muita coisa (Riobaldo Tatarana).

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