A síndrome da Banana Republic
Quando um chefe militar vem a público dizer que a tropa “está comprometida com a democracia”, tem algo errado aí
E m situações normais, Forças Armadas não se metem política. Elas não existem para isso.
Em situações excepcionais, elas não deviam se meter em política. Só em casos de guerra as Forças Armadas devem agir, não falar. Quem fala pelo Exército são os poderes políticos. É assim no mundo democrático. Está na nossa Constituição de país nominalmente democrático.
Portanto, quando o comandante do Exército vem a público para dizer ao STF que a força está “comprometida com a democracia”, algo está errado.
Parece aquela história de quando o time de futebol não vai bem, os cartolas declaram que “o técnico continua prestigiado”. Todo torcedor sabe interpretar a declaração como uma ameaça: se o time perder mais uma, o treinador cai.
Portanto, a declaração do comandante do Exército não é tranquilizadora. Ao contrário, é preocupante.
Seremos eternamente afetados pela síndrome das Banana Republic?*
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*Definição do Cambridge Dictionary: Banana Republic: a small country, especially in South and Central America, that is poor, corrupt, and badly ruled / um pequeno país, especialmente na América do Sul e Central, que é pobre, corrupto e mal governado.