A mãe heroína e o filho leitor

BLOGUE DE HOMERO FONSECA
1 min readMay 13, 2021

--

“O país real, esse é bom, revela os melhores instintos; mas o país oficial, esse é caricato e burlesco.” (Machado de Assis)

Amauri e sua pequena biblioteca no Morro Santa Marta, Rio de Janeiro (TV Globo)

O Globo Repórter da sexta-feira passada (07/05/21) teve foco no amor de mães. Um caso me chamou a atenção: o da doméstica Francisca Souza, cearense, semianalfabeta, mãe solteira de Amauri, moradora na favela do Morro Santa Marta, no Rio.

Ela é uma das dessas heroínas anônimas que fazem das tripas coração para educar o filho num ambiente inóspito, assombrada com a tentação do tráfico (revistava roupas e mochilas do filho diariamente) e que, contra os colossais obstáculos do sistema de meritocracia (que premia os bem nascidos e bem aparelhados para o mundo), conseguiu encaminhar o filho na vida.

Amauri aprendeu a amar os livros desde o dia em que Francisca trouxe um da casa da patroa. Com o incentivo irrestrito da mãe, está fazendo o curso de cinema e já realiza alguns trabalhos profissionais.

Ele disse coisas assim:

“Quando fizemos o vestibular…” (compartilhando o feito com a mãe). Mostrando sua pequena biblioteca, explicou à repórter: “Os autores são meus amigos. Eu tenho muitos amigos”.

Ah, brava gente brasileira!

--

--

BLOGUE DE HOMERO FONSECA
BLOGUE DE HOMERO FONSECA

Written by BLOGUE DE HOMERO FONSECA

Jornalista e escritor. Só sei que nada sei (Sócrates), mas desconfio de muita coisa (Riobaldo Tatarana).

Responses (1)